terça-feira, 5 de novembro de 2013

Análise Didática - Parte 3

Vetor Pré-Vestibular Comunitário
O material analisado é uma apostila de Literatura Brasileira do Curso Pré-Vestibular Comunitário Vetor (online), desenvolvida pela professora Chiara di Axox[1].
            Levando em consideração que o ensino da literatura é um desafio enfrentado pela grande maioria dos docentes da área e que toda a estrutura escolar pública brasileira está envolvida numa representativa deficiência educacional, esse material, que atende um curso pré-vestibular comunitário, tem desenvolvimento raso e superficial.
            Seu conteúdo é dividido em poesia (indianistaGonçalves Dias, ultrarromânticaÁlvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire e condoreiristaCastro Alves, Sousândrade)  e prosa (romance indianistaJosé de Alencar, romance regionalJosé de Alencar, Visconde de Taunay, Franklin Távora e romance urbanoManuel Antônio de Almeida, José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo) destacando as características gerais que constituem o Romantismo e a prosa romântica, e as três gerações que compõem o gênero.
O material traz no início o prefácio de um texto de Gonçalves de Magalhães, sem introdução alguma. Em seguida, a autora divide o Romantismo em Poesia e Prosa, destacando seus gêneros e alguns dos mais representativos autores de cada um deles. Na terceira parte, ela descreve as características do Romantismo, separando-o por geração, e cita alguns autores e as particularidades mais importantes encontradas em suas obras. Traz também as diferenças e principais características da Prosa Romântica e da Prosa Realista/Naturalista. O material ainda conta com algumas poesias e fragmentos de romances como A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo (prosa romântica), Iracema e Senhora, ambos de José de Alencar (prosa romântica), Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (prosa realista) e O Cortiço, de Aluísio de Azevedo (prosa naturalista).
 De maneira muito simplificada, a autora pincela o assunto sem evidenciar um fio condutor capaz de fazer com que o conteúdo seja apreendido pelo aluno. Sem exercícios propostos e sem um contexto claro. Muito texto, sem imagens e, na prática, pouco conteúdo.
             A escassez detectada no material pode torná-lo quase que ineficiente, se levarmos em conta que entender, questionar e fazer conexões históricas,  intertextuais e interdisciplinares são o objetivo central do ensino e carregam profunda importância para a futura vida acadêmica do estudante que está, supostamente, preparando-se para o vestibular.
            Problemas educacionais à parte, se considerarmos que trata-se de material didático produzido para um público menos privilegiado socialmente, já que o mesmo é dirigido a um curso comunitário, podemos supor que dentro dos padrões exigidos por lei, sua eficácia seja satisfatória. E sob esse ponto de vista, seu conteúdo pode ser considerado adequado para atender os estudantes que, em sua maioria esmagadora, já trazem consigo um despreparo cultural que nasceu com sua precária educação, fruto de uma realidade educacional falha e desprovida de sequências didáticas efetivas, capazes de constituir ferramentas adequadas ao ensino.
            Por outro lado, sendo o Vetor um curso com corpo docente constituído por universitários, bacharéis e licenciados, todos voluntários[2], é esperado que suas práticas possam agregar ao material didático por eles desenvolvidos, uma positiva colaboração ao desenvolvimento dos alunos atendidos.




Trabalho realizado pelas alunas: Alda de Amorim Benedito (A6718C-7), Angélica Mendonça (A97965-4), Flavia Vasques (B01EIA-4) e Jessica Spaolonzi (A93GIB-3).

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