Vetor Pré-Vestibular
Comunitário
O material analisado é uma apostila de
Literatura Brasileira do Curso Pré-Vestibular Comunitário Vetor (online),
desenvolvida pela professora Chiara di Axox[1].
Levando
em consideração que o ensino da literatura é um desafio enfrentado pela grande
maioria dos docentes da área e que toda a estrutura escolar pública brasileira
está envolvida numa representativa deficiência educacional, esse material, que
atende um curso pré-vestibular comunitário, tem desenvolvimento raso e
superficial.
Seu
conteúdo é dividido em poesia (indianista
– Gonçalves Dias, ultrarromântica – Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira
Freire e condoreirista – Castro Alves, Sousândrade) e prosa (romance
indianista – José de Alencar, romance regional – José de Alencar, Visconde de Taunay, Franklin Távora e romance urbano – Manuel Antônio de Almeida, José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo)
destacando as características gerais que constituem o Romantismo e a prosa
romântica, e as três gerações que compõem o gênero.
O material traz no início o prefácio de
um texto de Gonçalves de Magalhães, sem introdução alguma. Em seguida, a autora
divide o Romantismo em Poesia e Prosa, destacando seus gêneros e alguns dos
mais representativos autores de cada um deles. Na terceira parte, ela descreve
as características do Romantismo, separando-o por geração, e cita alguns
autores e as particularidades mais importantes encontradas em suas obras. Traz
também as diferenças e principais características da Prosa Romântica e da Prosa
Realista/Naturalista. O material ainda conta com algumas poesias e fragmentos
de romances como A Moreninha, de
Joaquim Manuel de Macedo (prosa
romântica), Iracema e Senhora,
ambos de José de Alencar (prosa
romântica), Memórias Póstumas de Brás
Cubas, de Machado de Assis (prosa
realista) e O Cortiço, de Aluísio
de Azevedo (prosa naturalista).
De
maneira muito simplificada, a autora pincela o assunto sem evidenciar um fio
condutor capaz de fazer com que o conteúdo seja apreendido pelo aluno. Sem
exercícios propostos e sem um contexto claro. Muito texto, sem imagens e, na
prática, pouco conteúdo.
A escassez detectada no material pode torná-lo
quase que ineficiente, se levarmos em conta que entender, questionar e fazer
conexões históricas, intertextuais e
interdisciplinares são o objetivo central do ensino e carregam profunda
importância para a futura vida acadêmica do estudante que está, supostamente,
preparando-se para o vestibular.
Problemas
educacionais à parte, se considerarmos que trata-se de material didático
produzido para um público menos privilegiado socialmente, já que o mesmo é
dirigido a um curso comunitário, podemos supor que dentro dos padrões exigidos
por lei, sua eficácia seja satisfatória. E sob esse ponto de vista, seu
conteúdo pode ser considerado adequado para atender os estudantes que, em sua
maioria esmagadora, já trazem consigo um despreparo cultural que nasceu com sua
precária educação, fruto de uma realidade educacional falha e desprovida de
sequências didáticas efetivas, capazes de constituir ferramentas adequadas ao
ensino.
Por
outro lado, sendo o Vetor um curso com corpo docente constituído por
universitários, bacharéis e licenciados, todos voluntários[2], é
esperado que suas práticas possam agregar ao material didático por eles
desenvolvidos, uma positiva colaboração ao desenvolvimento dos alunos
atendidos.
[2] Informações http://www.vetorvestibular.com.br/vetor/asp/dsp_ovetornossahistoria.asp
acessado em 10/10/2013.
Trabalho realizado pelas alunas: Alda de Amorim Benedito (A6718C-7), Angélica Mendonça (A97965-4), Flavia Vasques (B01EIA-4) e Jessica Spaolonzi (A93GIB-3).
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