terça-feira, 12 de novembro de 2013

Ao analisar a recontextualização do quadrinho para o filme precisamos considerar que existem algumas diferenças entre eles.  Além da mudança de gênero, uma produção gráfica, quando transformada em filme sofre acréscimos e modificações: a presença da fala, efeitos de sons e trilha sonora são responsáveis  por causar um maior impacto nos expectadores. Todo som utilizado na produção será reconhecido também posteriormente. Além disso, temos diferenças de contexto, já que cada produção se encaixa no período pelo qual passa, adaptando a ideia ao seu interesse. Apesar disso, é inegável a presença da intertextualidade entre eles, já que uma produção é a base para a construção da outra.
V for Vendetta em quadrinhos é uma história produzida por Allan Moore em 1982, descrevendo o ano de 1997 na Grã-Bretanha. Já o filme se passa em algum momento entre 2028 e 2038. Os cineastas removeram do filme muitos dos temas anarquistas e as referências a drogas que estavam na história original e também alteraram a mensagem política para o que eles acreditavam que seria mais relevante para um público de 2006. Graças à essas produções, principalmente o filme, a máscara de Guy Fawkes, utilizada por V foi a mais vendida pelo site Amazon.com e um grupo revolucionário baseado na internet, chamado Anonymous, adotou a máscara como símbolo, transferindo assim o significado do quadrinho/filme ao contexto atual.
A recontextualização pressupõe novas práticas, instituições e identidades. O que ocorre é a apropriação de um discurso dentro de um novo contexto, de uma prática social, reformulando os eventos sociais e suas representações em diversas áreas. 
Nos três conceitos (marchas atuais, filme e quadrinho) percebemos a luta de um povo insatisfeito (aqueles que saem dos padrões estabelecidos, vistos como marginais e rebeldes) contra um governo opressor (líderes, manipuladores da mídia, detentores do controle). O discurso utilizado em cada um deles se adequa aos seus diferentes formatos, os estilos são igualmente utilizados para nos fornecer diferentes pontos de vista e a multissemiótica é resultado das reconfigurações linguísticas que transformam a comunicação no mundo globalizado. Apesar da manipulação do discurso pela mídia, governada pelos opressores, que tentam subestimar o poder de ação dessas manifestações, grandes avanços foram conquistados. No Brasil, por exemplo, o movimento passe livre alcançou o seu objetivo: a diminuição da tarifa de ônibus. 
Trabalho postado por: Angélica, Deise, Flávia e Jonathans.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Recebi por e-mail da minha irmã essa montagem em .pps com um poema muito bonito de Rui Barbosa, escrito em 1914. Acontece que ele é muito atual... daí resolvi postar!








terça-feira, 5 de novembro de 2013

Análise Didática - Parte 3

Vetor Pré-Vestibular Comunitário
O material analisado é uma apostila de Literatura Brasileira do Curso Pré-Vestibular Comunitário Vetor (online), desenvolvida pela professora Chiara di Axox[1].
            Levando em consideração que o ensino da literatura é um desafio enfrentado pela grande maioria dos docentes da área e que toda a estrutura escolar pública brasileira está envolvida numa representativa deficiência educacional, esse material, que atende um curso pré-vestibular comunitário, tem desenvolvimento raso e superficial.
            Seu conteúdo é dividido em poesia (indianistaGonçalves Dias, ultrarromânticaÁlvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire e condoreiristaCastro Alves, Sousândrade)  e prosa (romance indianistaJosé de Alencar, romance regionalJosé de Alencar, Visconde de Taunay, Franklin Távora e romance urbanoManuel Antônio de Almeida, José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo) destacando as características gerais que constituem o Romantismo e a prosa romântica, e as três gerações que compõem o gênero.
O material traz no início o prefácio de um texto de Gonçalves de Magalhães, sem introdução alguma. Em seguida, a autora divide o Romantismo em Poesia e Prosa, destacando seus gêneros e alguns dos mais representativos autores de cada um deles. Na terceira parte, ela descreve as características do Romantismo, separando-o por geração, e cita alguns autores e as particularidades mais importantes encontradas em suas obras. Traz também as diferenças e principais características da Prosa Romântica e da Prosa Realista/Naturalista. O material ainda conta com algumas poesias e fragmentos de romances como A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo (prosa romântica), Iracema e Senhora, ambos de José de Alencar (prosa romântica), Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (prosa realista) e O Cortiço, de Aluísio de Azevedo (prosa naturalista).
 De maneira muito simplificada, a autora pincela o assunto sem evidenciar um fio condutor capaz de fazer com que o conteúdo seja apreendido pelo aluno. Sem exercícios propostos e sem um contexto claro. Muito texto, sem imagens e, na prática, pouco conteúdo.
             A escassez detectada no material pode torná-lo quase que ineficiente, se levarmos em conta que entender, questionar e fazer conexões históricas,  intertextuais e interdisciplinares são o objetivo central do ensino e carregam profunda importância para a futura vida acadêmica do estudante que está, supostamente, preparando-se para o vestibular.
            Problemas educacionais à parte, se considerarmos que trata-se de material didático produzido para um público menos privilegiado socialmente, já que o mesmo é dirigido a um curso comunitário, podemos supor que dentro dos padrões exigidos por lei, sua eficácia seja satisfatória. E sob esse ponto de vista, seu conteúdo pode ser considerado adequado para atender os estudantes que, em sua maioria esmagadora, já trazem consigo um despreparo cultural que nasceu com sua precária educação, fruto de uma realidade educacional falha e desprovida de sequências didáticas efetivas, capazes de constituir ferramentas adequadas ao ensino.
            Por outro lado, sendo o Vetor um curso com corpo docente constituído por universitários, bacharéis e licenciados, todos voluntários[2], é esperado que suas práticas possam agregar ao material didático por eles desenvolvidos, uma positiva colaboração ao desenvolvimento dos alunos atendidos.




Trabalho realizado pelas alunas: Alda de Amorim Benedito (A6718C-7), Angélica Mendonça (A97965-4), Flavia Vasques (B01EIA-4) e Jessica Spaolonzi (A93GIB-3).

Análise Didática - Parte 2

Literatura Caderno 1
O capítulo 2, “A Narrativa Romântica”, começa com a explicação de seus objetivos e com a citação abaixo, seguida de uma imagem do romance de José Maria de Alencar, Iracema:
“O romance foi, a partir do Romantismo, um excelente índice dos interesses da sociedade culta e semiculta do Ocidente. A sua relevância no século XIX se compararia, hoje, à do cinema e da televisão.”
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira.
São Paulo: Cultrix, 1992.
(NICOLA, 2011:29)

No desenvolver do capítulo, o autor faz uso da contextualização do momento histórico brasileiro em que o Romantismo se desenvolve, assim como de fragmentos de obras como A Moreninha. Deste, após a exposição do enredo da obra e posteriormente do Epílogo, são propostos exercícios sobre interpretação do suposto enredo.
Conforme descreve as características e obras do Romantismo, o autor também expõe uma breve biografia dos autores cujas obras serão abordadas e, em seguida, acrescenta mais exercícios da seguinte forma: tipo de obra, biografia, resumo da obra, trecho da obra e perguntas sobre o assunto. Percebe-se que não há o intuito de abordar nenhum tipo de intertextualidade, mas apenas perguntas do tipo: “Destaque uma passagem do texto que comprove ser esta narrativa uma crônica de costumes” (NICOLA, 2011:37).
O capítulo é finalizado com exercícios de múltipla escolha e/ou dissertativos retirados de vestibulares como os da FUVEST e da PUC. Portanto, ao mesmo tempo em que mecaniza, durante o desenvolver do capítulo, para responder questões sobre o enredo, o aluno acaba por trazer questões que vão além do que é desenvolvido no material.
Apesar de ser uma linguagem muito diferente da apostila antes analisada, uma linguagem muito mais dinâmica, percebe-se também a confusão da utilização organizacional do capítulo. Poucas imagens e muitos textos fragmentados são dados aos alunos, de forma que este teria de ter um conhecimento além do proposto em sala de aula para acompanhar a disciplina.
Assim, é possível perceber que o modo como o conteúdo da matéria Literatura é passado ao aluno é mecanizada, já que treina o educando apenas para reproduzir o que foi exposto pelo autor. Na maioria das vezes, o aluno não é instigado a pensar na comunicação entre as obras; o aluno não é capaz de enxergar similaridades dentre as publicações de autores da mesma época.
A estruturação das perguntas, por sua vez, é totalmente fora de contexto: “...o menino de quem falamos é o herói desta história”. A partir dos fragmentos apresentados, caracterize o herói Leonardinho.” (NICOLA, 2011:36). É possível observar através dessa pergunta que o aluno não será capaz de ter uma visão real da personagem Leonardo (de Memória de um Sargento de Milícias), apenas pelo trecho exposto na questão.

Entretanto, não se poderia dizer que as aulas de Literatura são ineficientes somente pela análise do livro. Para tanto, faz-se necessária a avalição da aula ministrada pelo professor, pois se ele utilizar o livro apenas como um “guia”, a aula talvez possa ser considerada mais eficiente. De qualquer forma, o material didático apresentado pela editora em questão peca em relação à sua qualidade.

Análise Didática - Parte 1

Universitário Sistema Educacional
Logo de início, é possível perceber na apostila Semi Pré-Vestibular (2009) a divisão entre as áreas da Língua Portuguesa. Em seu sumário, está clara a separação entre gramática, literatura e redação. O Romantismo é exposto através de 12 páginas, sob o título de “Romantismo no Brasil” (teoria), divido em: contexto histórico, poesia, romance e teatro. A cada parte é dedicada uma quantidade de atenção diferenciada. Por exemplo, o teatro aparece no final do capítulo em meia página, apenas para dizer que houve a criação de alguns enredos teatrais durante esse período no Brasil. É interessante a observação de que, durante o progresso do tema discutido e até mesmo no final da apostila, não há citação alguma de teóricos ou qualquer outro material utilizado.
Ao iniciar a leitura, observa-se já a diferença de linguagem usada em um material preparatório para o vestibular e um material escolar. Esse tipo de atividade tem por intuito preparar o aluno para o que será proposto nas provas que terão pela frente; assim, a linguagem é muito rebuscada, técnica e semelhante aos moldes das avaliações. Um exemplo muito óbvio disso é o uso da palavra indissociáveis em um trecho do texto que apresenta a temática de Gonçalves Dias: “O poeta valoriza o indígena também por enxergar nele o homem em estado de harmonia com a natureza, de modo que um e outro são indissociáveis”. Essa maneira de apresentar o tema se distancia também da forma como se sabe que é ministrada uma aula de cursinho, na qual os professores trabalham de uma forma muito dinâmica.
O texto apresenta somente uma imagem que é utilizada como marcadora temporária para a definição do contexto histórico. A partir da ilustração “Independência ou morte”, o aluno pode logo deduzir que o Romantismo desenvolveu-se no período em que o Brasil se tornou independente. Apesar de apenas uma imagem ao logo do texto, percebe-se a importância desse texto multimodal em um material didático, como forma de ajudar na associação espaço-temporal.
Após essa breve contextualização, começam a ser enumerados os autores – primeiro os poetas e depois os romancistas. Juntamente aos poetas, são apresentadas as três fases do período literário. Este é um fato curioso, pois dessa forma, até parece que esses diferentes momentos não tiveram influência sobre a produção dos romances. Talvez se a partir da divisão entre a primeira, a segunda e a terceira fase fossem apresentados exemplos de autores, a organização dos assuntos estaria melhor elaborada e explicada.
Dentre os exemplos de poetas utilizados, estão os mais conhecidos e sempre presentes em vestibulares: Gonçalves Dias, Alvares de Azevedo, Castro Alves. Outros são citados, mas apenas para lembrar que também fizeram parte dessa fase literária. No entanto, as páginas são tomadas por poemas dos escritores citados. Após uma breve apresentação de cada um, levando em conta o período e as principais características, são dados não somente textos, mas também análises prontas dessas obras. Todas as escolhas são mais do que conhecidas pelos alunos: para Gonçalves Dias, os exemplos são “I-Juca-Pirama” e “Canção do Exílio”; Alvares de Azevedo é lembrado pela “Lira dos Vinte Anos”, no entanto, é também citado seu conto “Noites na Taverna”; já para Castro Alves, a escolha é “Navio Negreiro”.
Logo, os romancistas são introduzidos, lembrando que suas obras tinham por intuito a representação da burguesia. Após a descrição das características do gênero e dos autores, são dados trechos de suas obras, mas em nenhum momento é explicado o porquê da escolha de tal. Os três romancistas escolhidos são Manuel de Macedo, José de Alencar e Manuel Antônio de Almeida. Sobre o primeiro, diz-se de sua importância pela consolidação do romance no Brasil através de A Moreninha, livro que tem seu enredo narrado de forma muito breve. Para Alencar é dedicado um pouco mais de conteúdo. Divide-se sua obra, de forma que pareça muito importante saber qual o período daquela obra e para que o aluno decore uma lista de livros. Obviamente, Manuel de Almeida é apresentado através de Memórias de Um Sargento de Milícias. Para o tal, explica que sua importância para a Literatura é a de retratar precisamente o Rio de Janeiro na época de D. João VI, sendo como um documento histórico para o Brasil. É relevante salientar que são dadas são características e enredos resumidos, mas sem uma conexão inteligível sobre as duas coisas.
Sobre os exercícios, observa-se que eles apresentam a mesma linguagem trabalhada na parte teórica do material. Na verdade, são exercícios retirados de provas vestibulares dos anos anteriores e que abordavam a Literatura.

Após a leitura e análise, nota-se que a importância dada à Literatura no processo de ensino-aprendizagem foge do “saber-fazer” proposto pelas diretrizes educacionais; na verdade, percebe-se que saber nomes e características de maneira mecanizada, com poemas e enredos saturados, ganha uma maior relevância. No entanto, quando é pensada a meta de um curso pré-vestibular, vê-se que a elaboração desse material é mais fiel ao que acontece com o ensino literário na realidade. Os livros didáticos escolares muitas vezes fingem integrar gramática, redação e literatura, sendo um livro único para as três áreas sem aparente divisão. Porém, o que acaba ocorrendo é uma descontextualização do texto literário para, por exemplo, exercícios gramaticais. O material pré-vestibular analisado pareceu de acordo com a realidade das avaliações universitárias propostas ano após ano, as quais cobram muitos saberes que são apenas internalizados, mas nunca criticados pelos alunos.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013


Esse trabalho foi realizado através da leitura do capítulo "Procurando refúgio na caixa de Pandora" do livro de Zygmunt Bauman. O capítulo fala sobre a arquitetura do medo e a venda de segurança: casas com muros altos, cercas elétricas e em condomínio fechados, são os fortes, os refúgios das pessoas que assistem, através da manipulação da mídia, um mundo repleto de medos. O título do capítulo tem relação com o mito da caixa de Pandora, uma caixa que continha todos os males da Terra. Foi aberta por Pandora, libertando assim esses males. Ao se assustar com o ocorrido, Pandora tentou fechar a caixa, mas só conseguiu manter aprisionada a esperança. 
A população acaba desenvolvendo doenças contemporâneas (síndrome de pânico, distúrbios alimentares) já que não se sentem mais seguras onde deveriam se sentir. O autor defende que, assim como qualquer outra fobia, essa insegurança deve ser tratada com a exposição, as diferenças devem ser expostas e não encobertas.
O título do capítulo tem relação com o mito da caixa de Pandora, uma caixa que continha todos os males da Terra. Foi aberta por Pandora, libertando assim esses males. Ao se assustar com o ocorrido, Pandora tentou fechar a caixa, mas só conseguiu manter aprisionada a esperança. As pessoas procuram refúgio fechadas em suas próprias caixas, onde ainda existe a esperança de melhora.
A nossa proposta pedagógica baseou-se na importância de fazer com que os alunos reflitam sobre como as cidades são hoje e como costumava ser. A discussão em sala deveria abordar questões como: "Como é a rua onde você mora? Parece segura ou insegura?", "Você conhece alguém com algumas dessas doenças modernas? Como a pessoa lida com isso? O que você acha que causou essa doença?", "Você conhece alguém que compara a cidade atual com a de antigamente? Como era a cidade descrita por essas pessoas?", "Na sua opinião, a cidade realmente está mais perigosa? Por quê?". Diante das respostas, os alunos deveriam elaborar uma redação a esse respeito e discutir com os colegas e o professor.

 













quinta-feira, 9 de maio de 2013

A última flor do lácio... E sua análise

          Sendo proposta a análise de um poema da literatura brasileira, o poema escolhido pelo grupo foi o famoso "Língua Portuguesa", de Olavo Bilac. Dentro do proposto, são apresentados: contexto histórico de produção, breve biografia do autor e do movimento literário do qual fazia parte (no caso de Bilac, o Parnasianismo), estudo da forma e estudo do conteúdo. 
            Abaixo seguem, então, o poema para leitura e apreciação e, logo depois, a apresentação do estudo feito.



Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!


            Neste literato de veia fácil, potencia-se a tendência parnasiana de cifrar no brilho da frase isolada e na chave de ouro de um soneto a mensagem toda da poesia. Bilac supre a carência de uma real fantasia artística e de um sentimento fundo da condição humana com intenso brilho descritivo, que conserva graças a um jogo hábil de sensações e impressões. A melodia, embora linear não chega a cair na banalidade. 
          Conhecido pela participação cívica, era republicano e nacionalista. Bilac escreveu a letra do hino à Bandeira e fez oposição ao governo Floriano Peixoto. Foi eleito “príncipe dos poetas brasileiros”, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos. 
            O gênio Bilac fez sonetos de excelência inimitável, ao ponto de nos deixar extasiados e surpresos pela criatividade e habilidade sintética–gramatical cujos recursos indicam a beleza e rusticidade que convergem à origem e produtividade da cultura e da Língua Portuguesa. 

            O poema Língua Portuguesa, está estruturado em 14 versos decassílabos com 10 sílabas métricas cada um. No processo de escansão dos versos é possível verificar a ocorrência da crase e da elisão. Possui 04 estrofes, agrupadas em 02 quartetos e 02 tercetos, podendo, portanto, ser classificado como um soneto, que é marcado por normas clássicas da pontuação e rima. 
            As rimas do poema são interpoladas ou opostas, do ABBA. Quanto à acentuação tônica são graves, pois ocorrem sempre em palavras paroxítonas. Há a ocorrência de rimas ricas, pois a maioria pertence à classes gramaticais diferentes. 
       
         Quando ao conteúdo do poema, o titulo do poema, claramente, já indica a temática que será abordada pelo autor: a língua pátria que representa a maior prova de cidadania. A Flor de Lácio é uma expressão usada para designar a Língua Portuguesa. Inculta e bela, refere-se ao idioma português como a última língua derivada do latim vulgar, falado no Lácio. 
              O poema enfatiza a importância e a beleza da língua. Ele faz uma comparação da língua como uma flor, ele utiliza a metáfora como figura de linguagem, língua é igual a flor. Observa-se que o poeta usa o paradoxo para referir-se a língua como a ultima língua neolatina e a partir do momento que a Língua Portuguesa vai sendo usada e se expandindo, o latim vai caindo em desuso. O poema segue enaltecendo a beleza da língua, comparando–a com canções, orações, sons de instrumentos musicais, enfatiza a beleza da língua em suas diversas expressões. O autor aponta a relação subjetiva entre o idioma novo e faz uso da sinestesia. Bilac deixa mais claro seu amor pelo idioma (língua) quando faz o uso de vocativo.


Alda de Amorim Benedito - A6718C-7 
Andréia C. Arruda - A740HH-6  
Angélica Cristina M. da Silva - A97965-4
Flávia Paiva Vasques - B01EIA-4 
Deise Monteiro - A987GE-0 
Jonathans Rodrigo Macedo da Silva - A750AB-1