quinta-feira, 9 de maio de 2013

A última flor do lácio... E sua análise

          Sendo proposta a análise de um poema da literatura brasileira, o poema escolhido pelo grupo foi o famoso "Língua Portuguesa", de Olavo Bilac. Dentro do proposto, são apresentados: contexto histórico de produção, breve biografia do autor e do movimento literário do qual fazia parte (no caso de Bilac, o Parnasianismo), estudo da forma e estudo do conteúdo. 
            Abaixo seguem, então, o poema para leitura e apreciação e, logo depois, a apresentação do estudo feito.



Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!


            Neste literato de veia fácil, potencia-se a tendência parnasiana de cifrar no brilho da frase isolada e na chave de ouro de um soneto a mensagem toda da poesia. Bilac supre a carência de uma real fantasia artística e de um sentimento fundo da condição humana com intenso brilho descritivo, que conserva graças a um jogo hábil de sensações e impressões. A melodia, embora linear não chega a cair na banalidade. 
          Conhecido pela participação cívica, era republicano e nacionalista. Bilac escreveu a letra do hino à Bandeira e fez oposição ao governo Floriano Peixoto. Foi eleito “príncipe dos poetas brasileiros”, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos. 
            O gênio Bilac fez sonetos de excelência inimitável, ao ponto de nos deixar extasiados e surpresos pela criatividade e habilidade sintética–gramatical cujos recursos indicam a beleza e rusticidade que convergem à origem e produtividade da cultura e da Língua Portuguesa. 

            O poema Língua Portuguesa, está estruturado em 14 versos decassílabos com 10 sílabas métricas cada um. No processo de escansão dos versos é possível verificar a ocorrência da crase e da elisão. Possui 04 estrofes, agrupadas em 02 quartetos e 02 tercetos, podendo, portanto, ser classificado como um soneto, que é marcado por normas clássicas da pontuação e rima. 
            As rimas do poema são interpoladas ou opostas, do ABBA. Quanto à acentuação tônica são graves, pois ocorrem sempre em palavras paroxítonas. Há a ocorrência de rimas ricas, pois a maioria pertence à classes gramaticais diferentes. 
       
         Quando ao conteúdo do poema, o titulo do poema, claramente, já indica a temática que será abordada pelo autor: a língua pátria que representa a maior prova de cidadania. A Flor de Lácio é uma expressão usada para designar a Língua Portuguesa. Inculta e bela, refere-se ao idioma português como a última língua derivada do latim vulgar, falado no Lácio. 
              O poema enfatiza a importância e a beleza da língua. Ele faz uma comparação da língua como uma flor, ele utiliza a metáfora como figura de linguagem, língua é igual a flor. Observa-se que o poeta usa o paradoxo para referir-se a língua como a ultima língua neolatina e a partir do momento que a Língua Portuguesa vai sendo usada e se expandindo, o latim vai caindo em desuso. O poema segue enaltecendo a beleza da língua, comparando–a com canções, orações, sons de instrumentos musicais, enfatiza a beleza da língua em suas diversas expressões. O autor aponta a relação subjetiva entre o idioma novo e faz uso da sinestesia. Bilac deixa mais claro seu amor pelo idioma (língua) quando faz o uso de vocativo.


Alda de Amorim Benedito - A6718C-7 
Andréia C. Arruda - A740HH-6  
Angélica Cristina M. da Silva - A97965-4
Flávia Paiva Vasques - B01EIA-4 
Deise Monteiro - A987GE-0 
Jonathans Rodrigo Macedo da Silva - A750AB-1